Crítica do filme: Valente

pôster do filme Valente

Brave, no original; Valente, em português; é a nova animação da Pixar, e a primeira do estúdio em que a protagonista é uma mulher. Uma princesa. Arqueira. De longos e cacheados cabelos de fogo, sardas e olhos azuis, e uma pitada de comportamento atípico para uma princesa.

Nas Terras Altas da Escócia, onde histórias e lendas ancestrais são passadas de geração a geração, vive a princesa Merida, filha do rei Fergus e da rainha Elinor, irmã de três príncipes pestinhas.

Quando pequena, ao ganhar seu pequeno arco e atirar longe uma flecha na floresta, Merida vai buscar a arma e acaba encontrando as luzes mágicas. Ela diz aos pais, mas Fergus é um homem cético, e a mãe, única a acreditar, diz que as luzes a levam para seu destino. Enquanto estão na clareira, como uma família simples e não real, um urso terrível os ataca - Fergus protege a sua mulher e sua filha e acaba perdendo a perna; tornando esse encontro com o urso uma das lendas mais famosas do reino.

O pai da Merida, o rei, é um grande homem - o típico rei divertido, cujo o interesse principal é a guerra. Os cuidados do reino, o equilíbrio dele é por conta da rainha. Elinor é a mulher perfeita; a rainha perfeita, mas ela peca em ser uma mãe perfeita. O seu objetivo é garantir que a princesa seja como ela, o exemplar de rainha - mas a filha, cujo o interesse principal é cavalgar livre atirando flechas, se nega a seguir o exemplo da mãe.

Toda a história gira em torno desse conflito mãe e filha. Elinor quer tornar Merida como ela, obrigando-a a se casar com um dos filhos de outros três senhores importantes do reino para garantir a paz, mas a ruiva se recusa. Ela desafia mãe, impondo a sua vontade como a rainha fez com ela - e os orgulhos se chocam. Em uma discussão com Elinor, Merida acaba rasgando uma tapeçaria feita pela mulher mais velha, como se as separasse, e rainha joga o arco da filha na fogueira. Merida, decepcionada com a mãe, foge, indo para a floresta e seguindo as luzes que anos atrás ela tinha visto e chega numa cabana onde vive uma bruxa. Ela recorre a magia da bruxa, alegando querer mudar seu destino, mas o seu pedido, inocente e simples, vira uma maldição.

Confesso que, quando fui assistir, eu estava esperando um filme divertido e romântico, e fui surpreendida pela história. Não envolve o típico princesa x príncipe, o tipo de amor abordado é muito mais bonito, muito mais puro e sincero: o amor entre uma mãe e sua filha. E acho que esse é o diferencial e o especial dessa história; que garantem boas risadas com esses pestinhas que são os irmãos da Merida e a maldição que recai sobre a mãe da garota, mas também é um filme que pode trazer lágrimas sem que você perceba. Uma boa pedida pra ir no cinema, nessas férias, e vale o gasto de dinheiro para assistir não só uma vez! ;)